gravação | semana de 22, artes visuais, com ana paula cavalcanti simioni
Ao contrário do que se imagina, nem sempre Anita Malfatti e Tarsila do Amaral tiveram o reconhecimento que hoje lhes é atribuído pela historiografia. A centralidade de ambas foi construída ao longo do século XX, em um processo que não foi nem cumulativo e nem linear, e que teve seu apogeu durante as décadas de 1960 e 1970.
A apresentação pretende discutir as oscilações históricas nas reputações de ambas, partindo da “Era Vargas”, quando ocupavam um lugar discreto e secundário no campo, até a comemoração do cinquentenário da Semana de 22, em 1972, quando passaram a ser vistas como figuras centrais para a história do modernismo brasileiro. Tal centralidade foi constituída por meio de discursos generificados, que geram e reiteram certas tipologias de feminilidade, concebidas em um período autoritário do ponto de vista político.